Os classificadores de selos (em inglês: stockbooks, em francês: classeurs) são amplamente utilizados pelos colecionadores e ajuntadores de selos para armazenar seu acervo. Normalmente têm capa dura, folhas grossas que podem ser brancas ou pretas, com tiras plásticas ou de papel "glassine" para encaixar os selos sem precisar colá-los, organizando da forma que achar melhor.
No Brasil, tem se tornado cada vez mais difícil conseguir classificadores. Os importados, ainda fabricados principalmente na Europa, tornam-se escassos e caros, devido à pouca atratividade de se importar com impostos tão altos e pelo nicho ser muito e cada vez mais específico. Ainda vive uma empresa que produz classificadores no Brasil, a Walis, que oferece uma gama de produtos variados, mas ainda assim com um preço necessário mas nem sempre acessível a parte dos colecionadores. Além disso, os fabricantes chineses têm mandado para o Brasil classificadores com tiras e folhas plásticas, além de folhas soltas que podem ser encaixadas em fichários de argolas, que têm tido um preço competitivo. Atualmente são poucos os fornecedores de classificadores no Brasil, nacionais ou importados, que têm estoque corrente, o que limita o mercado e não permite muita concorrência.
Com isso, muitos recorrem aos classificadores usados, provenientes de espólios e coleções desmontadas. Muitas vezes, esses classificadores se encontram em leilões na internet, em bom estado e com custo mais razoável, mas ainda assim costumam ser do mesmo preço ou até mais caros do que comprar os importados sem considerar os impostos. Alguns desses classificadores padecem de ferrugem nas folhas e tiras, o que é problemático para os selos que eventualmente neles sejam armazenados. Essa ferrugem é algo com que os lugares de clima tropical, como o Brasil, são obrigados a conviver e tolerar, inclusive nos selos com goma, o que não é aceito em muitos lugares do mundo e por colecionadores mais exigentes. Nos classificadores, a ferrugem é uma fonte de contaminação para todo o acervo, sendo necessário muito cuidado na sua utilização por quem se arrisca.
Uma alternativa que tenho visto são os colecionadores que buscam montar seus próprios classificadores, montando as páginas com tiras plásticas. O brasileiro, com sua típica criatividade, empenha-se em encontrar soluções mais econômicas, não obstante seja um trabalho que requer muita paciência e maestria para resultar num material bem apresentável.
Voltando aos classificadores importados, esses são os que apresentam maior qualidade de material e durabilidade, sendo fabricados principalmente na Alemanha e sendo distribuídos para o mundo todo. Em lugares na Europa, não é incomum encontrar esse material até em livrarias e lojas de hobby em geral, além de lojas especializadas. Devido aos impostos de importação, os poucos comerciantes que ainda importam esse material para o Brasil são obrigados a cobrar três, até quatro vezes mais do que o preço de catálogo do fabricante em euros. Marcas como Leuchtturm, Lindner e Prinz residem na lista de desejos da maioria dos colecionadores, quando buscam acessórios em geral para suas coleções.
A cada algum tempo, ao organizar a coleção, deparo-me com a necessidade de adquirir mais classificadores. No entanto, também há um limite de espaço para guardar o acervo, o que se torna um fator a mais em que se pensar. Ainda que mil selos não cheguem a pesar 100 gramas, um classificador de 64 páginas pode pesar em torno de 3 kg e é maior do que um volume de enciclopédia. Assim, há que se usar a criatividade, mais uma vez, e também a seletividade para organizar a coleção nos classificadores, de forma que seja uma forma de armazenamento adequada para os selos que ali ficarão temporária ou definitivamente.
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