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Mostrando postagens de 2025

Memórias dos primórdios da minha vida filatélica e de pessoas que fizeram parte dela - parte I

Na minha adolescência, devo confessar que nem sempre me senti bem vindo nas poucas oportunidades que tive de participar de eventos filatélicos. É sabido que alguns comerciantes, ainda que extremamente renomados no meio, não tinham facilidade de agremiar jovens interessados, agindo de forma desconfiada e por vezes deveras antipática. Isso acontece em qualquer meio, sobretudo em ambientes mais elitizados, como a filatelia acaba sendo em alguns momentos, neste país, mas o meu crescimento e aquisição de maturidade me permitiram perdoar tais passagens, entendendo que nem todo mundo tem um perfil adequado ou interesse em interagir com aqueles que lhe procuram. Na minha trajetória filatélica, que se iniciou em 1994 - no tempo da URV e quando eu tinha somente 9 anos - pessoas com quem interagi, ainda que próceres da pesquisa e do comércio filatélico, fizeram-me sentir o regozijo de ser bem recebido e me ensinaram muitas coisas. São pessoas  que me ofereceram confiança e reconheceram meu in...

Reflexões sobre agremiação filatélica

Um dos problemas que o filatelista tem, num país grande como o Brasil, é por vezes a distância e a solidão. Morar nos grandes centros ou próximo deles permite ao colecionador interagir presencialmente, seja em feiras, eventos e associações, mas viver em cidades menores e distantes das capitais torna tudo mais complicado. Com a internet, tudo fica mais fácil, mais próximo, mas dependendo da configuração, ainda é muito impessoal. No entanto, o problema aqui não é comprar selos. Compra de material se tornou tão conveniente pela internet, constituindo uma solução - nem sempre para a manutenção de lojas físicas - que aproximou os colecionadores dos comerciantes do mundo todo. Voltando à interação entre colecionadores, as sociedades filatélicas geralmente oferecem a possibilidade àqueles sócios distantes da sua sede de serem sócios correspondentes, pagando uma anuidade mais barata para poder ter alguns benefícios mesmo não podendo participar presencialmente. Por exemplo, a SPP (Sociedade Phi...

Breve histórico dos códigos postais

 O primeiro país a adotar códigos postais foi a Alemanha, em 1942. Tratava-se de um sistema rudimentar, usando números de dois dígitos de  oberpostdirektion (área postal). Códigos de quatro dígitos foram introduzidos em 03 de novembro de 1961. Outros países adotaram um sistema de quatro dígitos incluem a Áustria (01 de janeiro de 1966), a Austrália (01 de julho de 1967), a Bélgica (15 de dezembro de 1969), a Dinamarca (20 de setembro de 1967), a República Democrática Alemã (01 de janeiro de 1965), a Noruega (18 de março de 1968) e a Suíça (26 de junho de 1964). Países que usam um sistema de cinco dígitos incluem a Finlândia (01 de janeiro de 1971), a França (outubro de 1965), a Itália (01 de julho de 1967), a Suécia (19 de março de 1968), os Estados Unidos (01 de julho de 1963) e a antiga Iugoslávia (01 de janeiro de 1971). O Japão iniciou o uso de um sistema variável usando de três a cinco dígitos em 01 de julho de 1968. Vários países têm um sistema alfanumérico, que é capaz ...

A invenção do selo postal

A seguir, trago uma tradução adaptada do excerto de um histórico do selo postal, dando destaque ao processo de concepção do selo postal e do empreendimento de sua implantação por Sir Rowland Hill. Fonte:  VALUET, Roger. Que sais-je ? Le timbre-poste . Paris : Presses Universitaires de France, 1971. Rowland Hill inventaria o selo postal e, assim, estaria na origem do prodigioso desenvolvimento dos serviços postais. Nascido em Kidderminster em 1795, Hill havia se dedicado principalmente ao estudo da matemática. Aos trinta e sete anos, escreveu um panfleto intitulado Colônias Interiores , no qual propunha uma série de métodos para erradicar o pauperismo e reduzir a criminalidade. Como secretário da Comissão da Austrália do Sul, ele teve uma participação ativa e importante na organização dessa colônia. Sir Rowland Hill. Nada o predispunha, portanto, a revolucionar os serviços postais. Foi apenas o acaso que o conduziu a essa área. A respeito disso, conta-se uma história mai...

Classificadores de selos: acessórios essenciais

Os classificadores de selos (em inglês: stockbooks , em francês: classeurs ) são amplamente utilizados pelos colecionadores e ajuntadores de selos para armazenar seu acervo. Normalmente têm capa dura, folhas grossas que podem ser brancas ou pretas, com tiras plásticas ou de papel "glassine" para encaixar os selos sem precisar colá-los, organizando da forma que achar melhor. No Brasil, tem se tornado cada vez mais difícil conseguir classificadores. Os importados, ainda fabricados principalmente na Europa, tornam-se escassos e caros, devido à pouca atratividade de se importar com impostos tão altos e pelo nicho ser muito e cada vez mais específico. Ainda vive uma empresa que produz classificadores no Brasil, a Walis, que oferece uma gama de produtos variados, mas ainda assim com um preço necessário mas nem sempre acessível a parte dos colecionadores. Além disso, os fabricantes chineses têm mandado para o Brasil classificadores com tiras e folhas plásticas, além de folhas soltas...